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10 mil servidores deixam instituto e sucateamento aumenta fila do INSS

10 mil servidores deixam instituto e sucateamento aumenta fila do INSS

Postado [0DD] de [MM2], [YYYY]|01/06/2021 00:00:00

10 mil servidores deixam instituto e sucateamento aumenta fila do INSS

INSS quer transferência de mil funcionários da Infraero para trabalhar no órgão onde falta servidor e sobra pedido de concessão de benefícios. Fila do INSS pode piorar com reforma Administrativa.

O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) vem sendo sucateado.

 

Dez mil trabalhadores, entre servidores públicos e terceirizados, saíram porque pediram demissão ou se aposentaram e não foram substituídos porque não teve concurso público. O quadro de pessoal caiu de 33 mil para 23 mil nos últimos cinco anos. O resultado é ainda mais atraso na concessão de benefícios aos segurados e a fila do INSS, estimada em 1,5 milhão, que só cresce.

 

O último edital de concurso público para o INSS foi lançado em dezembro de 2015. Eram apenas 150 vagas para o cargo de analista do seguro social (função que exige nível superior) e 800 para técnico do seguro social (cargo que requer ensino médio).

O sucateamento do INSS é um sinal do que está por vir em todas as esferas do poder público, se a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) n° 32, da reforma Administrativa for aprovada, como quer o governo de Jair Bolsonaro (ex-PSL).

 

Sem concursos públicos para cobrir a saída de servidores e sem treinamento adequado para os novos trabalhadores, o que deveria ser feito pelos mais antigos, antes deles deixarem seus cargos, o cenário para a população brasileira, especialmente os pobres, que mais necessitam do apoio do serviço público, será desastroso. É isso que prevê o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo (SINSSP), Pedro Luis Totti.

 

“Além da falta de servidores para atender a população, me preocupa a falta de estabilidade por que as denúncias contra os maus gestores e aproveitadores de cargos públicos, podem ser punidas com demissões. Veja o que aconteceu com o superintendente da PF no Amazonas, Alexandre Saraiva, que denunciou o ministro do meio ambiente, Ricardo Salles, e foi exonerado do cargo. Só não perdeu o emprego porque tem estabilidade”, diz o dirigente sindical.

 

O sucateamento do INSS é só a ponta do iceberg do que poderá ocorrer com a prestação do serviço público no país. A situação é tão grave que se não bastassem as 10 mil saídas de trabalhadores, o presidente do Instituto, Leonardo Rolim, prevê ainda que até dezembro de 2021, outras 6.500 pessoas deixarão o órgão com o encerramento de 2.500 contratos temporários e quase 4 mil aposentadorias de servidores de carreira. Com isso, o quadro de funcionários deve chegar a 16,5 mil.

 

Para compensar este buraco no quadro de funcionários, que prejudica o atendimento à população, com atrasos na concessão de aposentadorias e outros benefícios, Rolim quer chamar para trabalhar no INNS, cerca de mil funcionários da Infraero, empresa do setor aéreo, também sucateada pelo governo federal, num processo de privatização. Seus 7.600 empregados precisam ser realocados. Por enquanto, foram cedidos 2.100 a outros órgãos, sendo 251 para o INSS.

 

Esta medida paliativa é criticada pelo presidente do SINSSP. Totty lembra que as tentativas do governo de Bolsonaro em diminuir a fila de espera do INSS, com a contratação de pessoas que não entendem do serviço, como foi o caso dos militares, só fez a fila de aumentar, entre 2019 e 2020.

 

Hoje tem cerca de mil militares trabalhando no INSS, dos sete mil prometidos, mas eles fazem trabalho de estagiários, não têm competência para analisar a concessão de benefícios.

 

Mas, de novo, o governo quer que pessoas sem experiência em previdência, como os funcionários da Infraero, atuem nas atividades de apoio e no atendimento aos segurados e deslocar os servidores da carreira de seguro social para analisarem os pedidos de benefício, quando, na verdade, é preciso gente especializada no assunto.

Esta é mais uma desculpa do governo em não admitir que errou e continuar errando na gestão do órgão, avalia o presidente do SINSSP. Segundo Totti, no início da pandemia do novo coronavírus, com os servidores trabalhando em casa, caiu a fila de espera na concessão dos benefícios, mas com as quase 470 mil mortes no país, os pedidos voltaram a aumentar. Outro problema detectado pelo dirigente sindical foi a volta de 1.500 servidores às atividades presenciais.

 

“Somente em São Paulo, eram 4.500 servidores analisando os requerimentos de benefícios. Com a volta ao atendimento presencial de 1.500 trabalhadores, é óbvio que caiu o número de concessões, porque os que voltaram à ativa presencialmente estão fazendo agendas e outros serviços que não são as análises de benefícios”, diz Totti.

Para o dirigente, outro erro cometido pelos gestores do INSS foi acreditarem que o sistema informatizado daria conta do recado sem a necessidade de repor os servidores públicos, o que não ocorreu.

 

Fonte - CUT

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