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Envelhecimento: 'A coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer'

Envelhecimento: 'A coisa mais moderna que existe nesta vida é envelhecer'

Postado [0DD] de [MM2], [YYYY]|30/11/2021 00:00:00

Não é a passagem do tempo que torna tão difícil envelhecer, mas sim o preconceito de idade e a cultura de descarte

Sem tabus, sem lutar contra o inevitável na ordem natural da vida, é preciso entender que vale a pena passar pelo processo do envelhecimento. No entanto, apesar da revolução da longevidade nas últimas décadas, com maior expectativa de vida, o preconceito é real e o entrave na vida de quem encara a velhice continuam presentes. Tanto que o termo ageísmo, do inglês ageism, foi criado pelo psiquiatra americano Robert Butler, em 1969, para descrever que o preconceito da sociedade com as pessoas mais velhas ainda persiste. Seus estudos observaram que o estereótipo desencadeia práticas discriminatórias e favorece o isolamento.

envelhecer nunca é igual para todos. E o “envelhecer bem” é subjetivo. Fato é que cada um tem sua história e quem continua ativo, independente, produtivo, curioso, com saúde e saudável, tem o direito de seguir presente em todos os níveis da sociedade. E quem necessita de cuidado, das mais diversas ordens, também tem o direito de ser tratado, auxiliado, acompanhado da maneira mais humana e digna para levar a vida. Já passou da hora de as pessoas se livrarem de estereótipos negativos e eufemismos que deram origem a expressões como “terceira idade”, “melhor idade”, “meia-idade”, “maior idade”, que não passam de termos discriminatórios para justificar uma sociedade pautada pelos padrões de consumo focada nos jovens.

 

Mesmo diante de uma mudança inevitável, com a Organização das Nações Unidas (ONU) mostrando que a proporção de pessoas com 60 anos ou mais em todo o mundo irá duplicar nas próximas décadas, devendo alcançar a marca de 2 bilhões até 2050. Entre os idosos, a faixa populacional que mais cresce é aquela que compreende os acima de 80 anos. Foram contabilizados 70 milhões em 2000 e estima-se que venham a quintuplicar ao longo da primeira metade deste século. Viveremos dias em que haverá mais avós do que netos.

 

O ageísmo, também identificado como idadismo, etarismo e idosismo, é entendido como ações diretas ou indiretas em que alguém é excluído, considerado diferente, ignorado ou tratado como se não existisse devido à sua idade. É a discriminação aos idosos, a marginalização e eventual exclusão social. É urgente que haja uma ressignificação no modo de vivenciar, representar e conviver com o velho e o processo de envelhecimento.

 

SEPTUAGENÁRIA MUITO VISÍVEL 

 

A psicóloga clínica Clara Feldman, que se orgulha de ser uma “septuagenária muuuito visível”, com 71 anos, destaca que, antes de mais nada, é preciso pensar na in/visibilidade dos velhos em dois níveis: circunstâncias externas que “querem” tornar o velho invisível; e o sentimento de ser invisível. E nem sempre a (in)visibilidade tem a ver com a idade: dependendo da perspectiva, existem jovens invisíveis e velhos muito visíveis.

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